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Conectar-se com a Mentalidade dos “Millennials” e da “Geração Z”

Crédito: Reprodução Ministério das Comunicações

POR: PADRE ALFRED MARAVILLA, SDB

A comunicação envolve diversos componentes que devemos levar seriamente em consideração: antes de tudo, o emissor que codifica a mensagem escolhendo o meio através do qual a mensagem é transmitida pelo emissor ao receptor. Por sua vez, o receptor analisa a mensagem no seu contexto e a interpreta de acordo com a intenção do emissor ou de maneira diversa. Finalmente, o feedback (retroalimentação) indica se a mensagem foi bem recebida ou não. Hoje, qualquer tentativa de comunicar Cristo parte da
compreensão da mentalidade da geração dos jovens de hoje. Este breve artigo vai se concentrar sobre este tema.

Uma geração é um grupo que poderia ser identificado pelo ano de nascimento e por eventos significativos que tenham modelado a personalidade, os valores, as expectativas, as qualidades de comportamento e as capacidades motivacionais. Os sociólogos chamam a geração dos nascidos entre os anos de 1943 e 1960 de ‘Baby Boomers’. A Geração X compreende os nascidos entre 1961 e 1979. Os
“Millennials” (chamados também Geração Y) são os que nasceram entre 1980 e 2000. Da Geração Z fazem parte os nascidos depois do ano 2000.


Os emissores são os pastores-educadores salesianos e os animadores de jovens. Os receptores são os jovens e adultos jovens de hoje que são principalmente os “millennials” e a Geração Z. Portanto, esta apresentação se concentrará na tentativa de compreender sua mentalidade, a fim de descobrir os modos de comunicar Cristo para eles nossa mensagem, Jesus Cristo. Os fatores sócioeconômicos da brecha digital são variações importantes a considerar, entretanto, o que é apresentado aqui são as
características que geralmente são encontradas em todos os contextos. Então, uma resposta importante
a este artigo é comparar o que aqui é apresentado com o contexto do leitor.


OS MILLENNIALS
Hoje os “millennials” estão na faixa entre 20 e 41 anos. Aprenderam a utilizar a tecnologia e se tornaram dependentes dela numa idade precoce com relação às gerações precedentes. Os “millennials” mais jovens nem poderiam ao menos imaginar a vida sem smartphone e internet. Fazem parte de uma geração que é extremamente conectada através das meios sociais. Vivem numa época em que um post pode atingir inúmeras pessoas e atravessar barreiras linguísticas, culturais e geográficas. Isto despertou neles o desejo de ter todas as informações que querem e que ofereçam respostas e feedback instantâneos.

Os “millennials” querem estar envolvidos, tendo a oportunidade de partilhar seus pensamentos, visto que amam compartilhas as ideias e escolher as melhores. Querem fazer parte da conversa, escutando e falando. Quando suas opiniões são escutadas, sentem-se valorizados e estarão prontos para comprometer-se em qualquer coisa da qual se sentem parte. Os “millennials” querem que sua fé seja holisticamente integrada em suas vidas, incluindo o âmbito da tecnologia.

Os “millennials” são a geração dos aplicativos. Os aplicativos se tornaram para eles um instrumento para se comunicar, elaborar informações, adquirir bens ou também ler as Escrituras e orar. Os “millennials” são peritos em tecnologia e usam os aplicativos até duas horas por dia. Desejam ser descobertos. São otimistas e querem partilhar, preferindo comunicar-se através de textos. Estão concentrados no “agora”, mas tendem a ser idealistas.


A GERAÇÃO Z
Os que hoje compõem a Geração Z são os que têm 21 anos ou menos. São os primeiros a ter a internet totalmente ao seu alcance. São nativos digitais porque foram expostos à internet, às redes sociais e aos celulares deste a mais tenra idade. Utilizam a internet para se socializar, sem distinguir os amigos que encontram “on-line” dos que aparecem no mundo físico. Estão sempre conectados; para eles não existe mais “off-line”. São vigorosos contribuidores e grandes consumidores de conteúdos “on-line”. Preferem os “sites” de internet para se comunicar e interagir com as pessoas, especialmente usando as imagens. Preferem participar e permanecer conectados mediante a tecnologia disponível. São criativos, realistas e concentrados no futuro. Têm um amplo conhecimento a respeito de questões e eventos importantes e têm um grande desejo de buscar a verdade. Querem escolher e descobrir a verdade sozinhos. Com efeito, a procura da verdade está no centro do seu comportamento típico e dos seus modelos de consumo.

Os jovens da Geração Z usam as redes sociais como Facebook, WhatsApp, Twitter, Instagram, Tiktok, Tumblr para obter informações sobre as questões sociais, sobre a saúde e a alimentação, sobre a espiritualidade etc. Mas são também grandes utilizadores de plataformas sociais anônimas, como Snapchat, Secret, Whisper, onde qualquer imagem comprometedora desaparece quase
instantaneamente. Com uma grande quantidade de informações disponíveis, são mais pragmáticos e menos idealistas do que os “millennials”. O recurso contínuo à conexão “on-line” poderia levá-los ao risco de partilhar excessivamente as informações pessoais no mundo virtual e a se tornarem dependentes da internet. O caráter deles é moldado por aquilo que publicam a respeito de si mesmos
“on-line” e por aquilo que os outros publicam e comentam a respeito deles. Entre eles, uma grande maioria em todos os continentes se declara religiosa, mas não se identifica necessariamente com uma religião: crêem sem pertencer, outros pertencem sem acreditar. Aqueles que se declaram não pertencerem a nenhuma religião específica provêm normalmente de famílias sem fé religiosa ou de
cristãos tíbios. A Geração Z é muito menos religiosa comparada com os “millenials”.


AS MÍDIAS SOCIAIS
É verdade que as mídias sociais poderiam de alguma forma prejudicar as relações interpessoais autênticas. Poderiam também ser utilizadas como plataforma para a distribuição e o acesso a materiais que poderiam causar danos morais, sociais e espirituais. A verdade desta questão é que qualquer meio tem o potencial de ser usado para o mal. É verdade que as mídias sociais têm sido utilizadas, por exemplo, para globalizar o populismo e desencadear revoluções como a Primavera Árabe e os protestos dos coletes amarelos na França. No entanto, as mídias sociais também permitiram que as pessoas pudessem permanecer conectadas em âmbito global. Permitem a cada um de nós atualizar-nos reciprocamente sobre o que acontece em nossas vidas, partilhar ideias poderosas e convidar as pessoas a conhecer Jesus Cristo. Portanto, é importante que passemos da demonização dos meios, à educação
dos jovens no seu uso correto e o desenvolvimento de seu potencial de evangelização.


COMUNICAR CRISTO
A fé deve ser apresentada aos “millennials” e à Geração Z de maneiras novas e envolventes. Por sua vez, isto lhes abrirá a possibilidade de partilhar a fé com seus próprios coetâneos. Deveríamos resistir à tentação de bombardear as mídias sociais com mensagens e imagens religiosas. Na realidade, esta ação afastará um grande número de jovens. O primeiro anúncio não se referirá à doutrinas cristianas a ser ensinada. Trata-se de promover uma experiência experiência envolvente e entusiasmante, capaz de
suscitar o desejo de buscar a verdade e o interesse pela pessoa de Jesus. Esta eventualmente, leva a uma primeira adesão a Ele, ou à revitalização da fé nele. O primeiro anúncio é aquela centelha que leva à conversão. Esta opção por Cristo é o feedback para a mensagem. Depois dele, segue-se o processo de evangelização através do catecumenato e da catequese sistemática. Sem o primeiro anúncio que leva a uma opção pessoal por Cristo, qualquer esforço de evangelização será estéril. Ao invés, o desafio para o desafio para cada pastor-educador salesiano, para cada animador de jovens, é o de ajudar os “millennials” e a Geração Z a criar para si nas mídias sociais próprios conteúdos baseados na fé, que possam suscitar em seus coetâneos um interesse para conhecer a pessoa de Jesus Cristo. Em realidade, hoje as mídias sociais são uma plataforma privilegiada para comunicar Cristo aos jovens. Depende de
cada um de nós usá-los com criatividade missionária!

PARA A REFLEXÃO E A PARTILHA
▪ Qual é a mentalidade dos jovens no meu contexto?
▪ O que posso acrescentar ou corrigir neste artigo,
em base à minha experiência pessoal?
▪ Partilho uma boa prática no meu contexto sobre a comunicação de Cristo aos jovens,
utilizando as mídias sociais?

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